quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Podem podar meu...

Podem podar meu caule, minhas folhas, frutos e flores; mas não podem arrancar minha raiz!
 
Carolina Salcides

…mas tem horas em que a gente...

…mas tem horas em que a gente só quer alguém que nos abrace, que nos dê carinho, alguém que se importe, alguém que nos ame.
 
Tati Bernardi

Tenho que ter paciência...

Tenho que ter paciência para não me perder dentro de mim: vivo me perdendo de vista. Preciso de paciência porque sou vários caminhos, inclusive o fatal beco-sem-saída.
 
Clarice Lispector

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Não sei o que se passa ao certo,...


Não sei o que se passa ao certo, só sei que algo se passa, Dentro de mim jorra uma profunda agonia, uma tristeza sem fim, E ao mesmo tempo uma vontade enorme de ser feliz, São sentimentos contraditórios estes os meus. Sinto-me quase sem vida, mas em mim ainda jorra uma esperança de paz, de amor, de vida. Porquê estes sentimentos tão antagónicos, e como podem eles viver, habitar ao mesmo tempo o mesmo ser - eu? Que fiz eu para viver esta tortura tão horrível, será que durante meu caminhar virei e continuei virando para o lado errado? Será que tentar cuidar de seres que de mim precisam e que mais ninguém têm, me faz assim ficar? Será que me esqueci de mim? Talvez, mas onde estou eu no meio a este emaranhado? O ar falta-me, as agonias aumentam, o coração acelera mas descompassado, a mente diz uma coisa, mas outra metade de mim fala outra, estarei eu enlouquecendo? A morte já a desejei tantas vezes, que perdi a conta, mas acho que nem depois de morrer este coração ou mente irão parar, tudo porque estou ainda muito apegado à vida com esperança e por vezes sem ela. Já vivi tanto, mas perdido fiquei por essa vida, cometi erros, muitos mesmo, mas não me arrependo, paguei por eles e sigo pagando por cada um, se me perguntarem o que mudaria na minha vida, não, não mudaria nada, fiz tudo da minha maneira, da forma que sabia e sigo fazendo o mesmo, seja bom ou mal, mas quem pode dizer que esta é a pior maneira e aquela a melhor?, se não viveu e não calçou meus sapatos? Por vezes acho engraçado, por outras de péssimo gosto me dizerem, tem paciência Álvaro, quando não calçaram os meus sapatos, não sabem os trambolhões que dei para aqui chegar, ou as gargalhadas que dei, as quedas e as vezes sem conta que me levantei, mas têm a a lata de me dizer tens de ter paciência meu amigo, ora essa e eu?, onde fico eu?, onde estou eu?, com 50 anos deixei tudo, perdendo a vida ou não, tomei essa opção, sim foi tomada por mim, mas não venham com: tem paciência amigo. Estou cansado de ter paciência de viver em função da vida dos outros, já nem sei mesmo o que é viver e muito menos amar, vivo feito um robô mecanizado fazendo de tudo e mesmo assim, nada chega para ninguém, por vezes sinto-me o último lixo num grande contentor. Choro, e torno a chorar, e quantas vezes ás escondidas porque quem de mim precisa não precisa de mais tristezas, até de meus amigos omito um montão de coisas, não quero que tenham pena de mim, não sou ave para ter penas, sou um ser humano meio simples meio complicado, coberto de amarguras, tanta coisa omiti eu ao longo destes anos para que ninguém se preocupasse comigo, pois já tinham tanto em que pensar, hoje, meu ser não suporta nem mais um pouco de nada, talvez amanhã, ou depois de amanhã, sim, quem sabe amanhã ou depois de amanhã. Detesto falar de mim, mas quando não encontro outra forma de falar eu escrevo, é uma forma de falar à qual me habituei, sendo de poucas palavras e meus olhos dizendo demais, oculto-os com os mais diversos óculos escuros mesmo quando chove, porque me denunciam, e não gosto de ser traído pelo meu próprio ser, por isso escrevo quando a vontade é grande, quando não suporto nem mais um milímetro de tanta coisa. Enfim, não sei se isto é viver, já nada sei de nada… apenas sigo... até cair um dia.


Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A minha intensidade...

A minha intensidade não é uma escolha, não é qualidade nem defeito, é uma característica. A minha intensidade não pode ser detida, mas canalizada. Eu posso amar com a profundeza do absurdo sem sufocar o Outro. Eu posso rejeitar com todo o meu ser sem ferir. Eu posso estar totalmente junto sem tentar controlar, me apropriar, invadir. Eu posso exercer a minha intensidade de maneira assertiva quando identifico que ela é apenas minha maneira de sentir. Ela pode assustar, ela pode atrair, mas tenho o cuidado de me deixar esparramar e ser penetrado com delicadeza. Pois a minha intensidade pode ter ardência com leveza. Eu não preciso negligenciá-la se ela respeita espaços que não são meus. Eu não preciso tentar abafa-la se a uso para criar belezas ou entrar em contato com o que quer que seja. A minha intensidade quando é um problema meu, vira solução. Então assumo as consequências de cada pulsação intensa do meu coração.
 
Marla de Queiroz

sábado, 25 de novembro de 2017

Quem sou eu?

Quem sou eu? A alegria de quem me ama, a tristeza de quem me odeia e a ocupação de quem me inveja!
 
Autor Desconhecido

Quando eu não estiver mais aqui...

Quando eu não estiver mais aqui, as flores crescerão normalmente, os pássaros voarão e as pessoas nem notarão a minha ausência. Seguirão os seus caminhos felizes e eu terei somente uma certeza de que estive aqui lado a lado contigo e fui feliz...
 
(As palavras que nunca te direi...)

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

As vezes me mostro...

As vezes me mostro de forte, abro um lindo e largo sorriso, tento levar a minha vida normal, mas na verdade o meu coração sangra. Está é a verdade.
 
Cláudia Leite S.

Por vezes não sei ...

Por vezes não sei se estou vivo ou se sou apenas produto da imaginação de alguém.
 
Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

Eu tenho o meu lado...

Eu tenho o meu lado carinhoso. Tenho um lado preguiçoso. Tenho o meu lado engraçado. Tenho um lado irónico. Tenho um lado insuportável. Tenho um lado amável. E cada um tem o meu lado que merece.
 
Autor Desconhecido

Não me arrependo de nada...

Não me arrependo de nada do que fiz. Eu só lamento o tempo que desperdicei com as pessoas erradas.
autor desconhecido

Antes de julgares a minha vida ou carácter...

Antes de julgares a minha vida ou carácter... calça os meus sapatos e percorre o caminho que eu percorri, vive as minhas tristezas, as minhas dúvidas, as minhas alegrias!!! Percorre os anos que eu percorri, tropeça onde eu tropecei e levanta-te assim como eu o fiz!!! Cada um tem a sua própria história! E então, só aí poderás julgar-me!
 
Provérbio tibetano

A frieza tem sido minha companheira...

A frieza tem sido minha companheira. A indiferença anda do meu lado. A grosseria ás vezes resolve aparecer… E a ironia é minha melhor amiga. Eu mudei? Não. Só estou me poupando de sofrimento.
 
Dandara Oliveira

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Cansei de ser gente...

Cansei de ser gente. Dá muito trabalho marcar presença. Juntar passado, presente e futuro e misturar limão e açúcar. Seria mais fácil se a gente dissesse o que quer, como, de que jeito. Mas não. Gente nunca faz isso. Gente como eu espera que o outro saiba-descubra-perceba. Gente como você quer se sentir especial. Por que a gente quer a todo instante saber que é importante? Cansei de ser gente. Sinto que os dias passam, a pele envelhece, o coração acumula aprendizado, os pés ficam exaustos no final do dia, a vida não para de caminhar para aquele lado. No meio disso, eu. Me perdendo, achando, sobrevivendo. Porque em alguns dias a gente só sobrevive. E eu cansei de ser gente.
 
Clarissa Corrêa
Me sinto sozinho, deprimido, carente, cansado, mas acho que ninguém liga para isso. Afinal, é só colocar um sorriso falso no rosto...
 
Ariadne Motta

…mas tem horas em que a gente

…mas tem horas em que a gente só quer alguém que nos abrace, que nos dê carinho, alguém que se importe, alguém que nos ame.
 
Tati Bernardi

Entre a "luz" da escuridão da noite...


Entre a "luz" da escuridão da noite, o mar banhando meus pés, um céu escuro sem estrelas e sem luar, fica um "mar" de areia e rochas que em breve o mar cobrirá quando a maré encher, não sei se fico e aguardo a minha partida, ou se parto antes da sua chegada. Logo eu que tanto quero fazer parte desta imensidão que é o mar..., talvez hoje ainda não, mas a minha partida está marcada para breve, pois eu sinto que a hora é chegada.
 
Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Sou entre flor e nuvem

Sou entre flor e nuvem,
estrela e mar.
Por que havemos de ser unicamente humanos,
limitados em chorar?
 
Não encontro caminhos
fáceis de andar.
Meu rosto vário desorienta as firmes pedras
que não sabem de água e de ar.
 
E por isso levito.
É bom deixar
um pouco de ternura e encanto indiferente
de herança, em cada lugar.
 
Rastro de flor e de estrela,
nuvem e mar.
Meu destino é mais longe e meu passo mais rápido:
a sombra é que vai devagar.
 
Cecília Meireles

Cansado de chorar pelas estradas...

“Cansado de chorar pelas estradas, exausto de pisar mágoas pisadas. Hoje eu carrego a cruz das minhas dores.”
 
Augusto Dos Anjos

domingo, 22 de outubro de 2017

Porque metade de mim...

"...é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio. Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade. Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo. Porque metade de mim é o que eu penso, mas a outra metade é um vulcão. Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei. Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço. Porque metade de mim é amor e a outra metade também."
 
Oswaldo Montenegro

sábado, 21 de outubro de 2017

Que o espelho...


"...reflita em meu rosto um sorriso. E que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada porque metade de mim é o que penso mas a outra metade é vulcão."
 
Oswaldo Montenegro

sábado, 14 de outubro de 2017

Um pouco de mim...

 
Nasci numa bela tarde de Sol em Moçambique África, corria o ano de 1967.
Desde criança me habituei a ouvir poesia, música e teatro, quer radiofónico quer no palco, ou não fossem meus pais funcionários do antigo Rádio Clube de Moçambique e activos participantes da vida social daquela época, vivi paredes meias com este maravilhoso ambiente, onde se escutava de tudo um pouco, até mesmo em casa, pois muitas vezes era em casa que tudo começava, com a preparação de programas e outras mais. Por isso desde cedo me foi incutida a sensibilidade para saber escutar e somente falar quando bem aprendida a lição. Foram anos de grandes emoções e alegrias.
Hoje, e passados tantos anos após ter saído de Moçambique devido à guerra continuo a viver completamente apaixonado por tudo que diga respeito à arte em si. Como sou tímido cedo também aprendi a escrever o que sentia, muitas das vezes acabava por jogar no lixo, até que à relativamente pouco anos atrás resolvi começar a guardar e a publicar o que escrevia.
Aprendi a amar e a respeitar tudo e todos, desde cedo que meus pais me ensinaram que é na diferença e na simplicidade que está a beleza.
Agora, com meio século feitos, sinto-me só, perdido, abandonado, sem ninguém, eu..., logo eu que sempre me doei a todos sempre, tanto que doei, e tanto que meus pais me avisaram, cuidado com esse teu jeito de ser, mas eu nunca soube ser de outra forma, hoje estou só...
 
 
Álvaro Gonçalves Correia de Lemos


sexta-feira, 13 de outubro de 2017

"A coisa mais louca..."

A coisa mais louca que
Eu fiz,
Foi pensar que existiria
Alguém neste mundo louco,
Que existiria alguém para mim.
 
Eu que tenho a necessidade
De estar apaixonado,
Mas nada justfica a minha
Perda nesta vida,
Eu sei que preciso estar
Enamorado. 

Eu sei que peço perfeição,
Perfeição...,
Algo que nem eu nem eu tenho,
Sou louco por pedir algo que nunca terei,
Louco por pensar que alguma vez
Encontrarei... 

Esta tem sido a minha maior loucura,
O meu maior erro,
A minha loucura,
Eu tenho essa necessidade
De estar apaixonado,
De estar enamorado,
Mas sou louco por pensar que
Alguma vez isso acontecerá. 

Quantas vezes fiquei acordado até tarde,
Quantas vezes não dormi,
Tudo por uma loucura.
Sei agora,
Que perdi meu tempo. 

Mas que posso eu fazer?
Se meu coração,
Continua pensando da mesma
Forma errada.
Tudo porque preciso continuar
A acreditar que existe
Alguém neste mundo de loucos,
Alguém para mim. 

Mas nada vem de graça,
O preço tem sido demasiado alto,
Eu sei que peço algo,
Algo que não encontrarei ninguém.
Um bolso cheio de boas intenções
E de ilusões.
Uma alma sedenta de amor,
Um coração perdido. 

Eu sei que preciso estar
Apaixonado sempre,
Louco que eu sou,
Por pensar que será isso
Acontecerá.


Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

domingo, 13 de agosto de 2017

Saudades de mim (2)

Saudades da vida,
Saudades do Luar,
Sim, saudades de quando
a criança que em mim vivia
se sentia criança,
Saudades de sorrir,
Saudades de viver,
Saudades de mim,
perdido algures no tempo.
Saudades de ser criança,
Saudades de te ver,
Saudades de te sentir,
Saudades de brincar descalço
na terra que me viu nascer e
que eu pensei que um dia
me receberia em seu regaço
para o sono eterno.
Saudades de ser quem um dia fui,
Saudades da inocência perdida,
Saudades de ser amado,
Saudades de sentir o amor,
Saudades...
Perdeu-se em mim o
único ser que tinha
interessa nesta vida e
temo que não voltará mais.
Sim, sinto loucamente saudades
de mim, perdi-me... e não me
encontro e temo não voltar
a reencontrar-me antes de partir.
Saudades de mim...


Alvaro Gonçalves Correia de Lemos


(reposição de um poema autobiográfico) 

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Se eu me afastar...

"..., se aproxime. Se eu mandar você ir, por favor, fique. Se eu tiver medo, me abrace. Se eu estiver bravo, sorria."


Clarice Lispector

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Estórias da minha história...

 


 
Nasci à quase 50 anos, tive uma infância meio conturbada devido a problemas de saúde, mas nada que me impedisse de ir para a escolinha, aprender a nadar desde bebé, algo pela qual me apaixonei logo que comecei a aprender, também tive uma professora de natação impecável, muito querida e muito atenciosa, que nos tratava como se de filhos fossemos, aos 3 anos já nadava feito um peixinho (palavras desta encantadora professora aos meus pais e não só), continuei sempre na natação até aos 6 anos e meio quando a guerra estalou e eu e meus pais fugidos com apenas com a roupa do corpo e uma mala feita à pressa (aquelas chamadas de malas de cartão, que pareciam um pequeno armário e mais nada), se não tivesse sido uma de minhas tias maternas, naquela altura teríamos tido um destino muito mau, sem nada para sobrevivermos, como tantos que também fugiram.
Naquela altura não me apercebi de nada, era pequeno demais e meus pais tentaram poupar-me de algumas coisas, embora soubessem que algum dia, em breve teriam de me contar, foi por esse motivo que com a ajuda de amigos e familiares e a venda de algumas joias que minha mãe havia conseguido salvar escondidas junto ao seu corpo, debaixo da roupa larga que muitas vezes gostava de usar, que conseguirem algum dinheiro para irmos passar alguns dias, creio que uma semana ao Algarve, num pequeno apartamentougado, era setembro, mês de meu aniversário, e foi aí que eu que por natureza já era desconfiado (tal como meu pai sempre dizia), que depois de tanto falar e chatear consegui que me dissessem, porque naquele ano, eu ia passar os meus anos, naquele sitio, é que era habitual, sempre que vínhamos a Portugal continental eu passava os meus anos junto com minhas tias, tio e primos.
Foi aí que o meu mundo caiu, nunca mais voltei a ser o mesmo. Mas o tempo foi passando e eu crescendo, sempre me sentindo diferente de tudo e de todos, como se não pertencesse a este “mundo”, entretanto nasceu minha irmã, tinha eu 7 anos e meio, era linda, parecia uma bonequinha, tão rechonchudinha, tão fofinha, minha vida alegrou um pouco, mas como nada…, seja bom ou mau dura para sempre, o bom acabou, e tivemos de deixar onde morávamos há cerca de dois anos e fomos viver para os Açores, mais precisamente para a ilha de São Miguel, e foi aí que meu mundo começou a desmoronar mais do que ele já havia estado, ao fim de 22 anos de casados quase 23, meu pai arranjou outra pessoa, minha mãe deu-lhe a escolher, ela, ou a outra, ele não escolheu, e minha mãe fez a escolha, pô-lo com “dono”, nessa altura a minha mãe estava desempregada, tinha dois filhos para criar, um deles com problemas de saúde, que tinha de viajar de 3 em 3 meses a Lisboa para fazer tratamentos, conforme o tempo foi passando minha mãe arranjou emprego, graças a Deus, e o filho com problemas de saúde deixava de ter de ir de 3 em 3, e passou a ir de 6 em 6 meses a Lisboa, depois passou a ser de ano a ano, ele (filho) melhorava, muitas das vezes mentia e dizia que nada se havia passado, não querendo preocupar nem a mãe e muito menos a irmã pequena. Mas conseguiu melhorar aos poucos.
Mas a vida parece que não gosta que tudo esteja bem, tem sempre de haver algo que tem de estar mal e ele piorou bastante, teve de viajar para África do Sul em tratamento, pois lá ele tinha os padrinhos que o receberiam e cuidariam dele enquanto ele lá estivesse.
Com a graça de Deus regressou ao fim de alguns meses bastante melhor, mas teria de ser vigiado e fazer sempre exames médicos, exames esses que só se faziam em Lisboa, e claro, a mãe sempre fazia de tudo para que esse filho tivesse bem, recorria à Segurança Social que na altura, tal como hoje pouco ou nada ajudava, a sorte é que ela tinha as irmãs em Lisboa que a ajudavam, e foi assim durante anos.
Ele não ficou curado, nem por sombras, mas atualmente consegue levar uma vida normalíssima como qualquer outra pessoa.
Os anos passaram, ele foi viver em Lisboa, onde trabalhou e conseguiu voltar a sorrir, mas …
Voltou desempregado mas para tirar um curso com a “famosa” promessa de que após o curso entrava no mundo do trabalho, mentira, ficou desempregado, mas ele não parou, não era seu feitio e ao fim de uns tempos conseguiu trabalho.
Os anos foram passando…
A irmã que ele adorava casou, e todos pareciam finalmente uma família muito feliz, nasceu o primeiro filho ao fim de alguns anitos, depois o segundo e mais tarde o terceiro… e já essa “família” não era mais uma família, a mãe ajudou várias vezes a filha e o genro, e até os netos, o irmão fez o mesmo, mas tudo ficou no esquecimento….
Hoje a irmã, quase que o odeia, não liga a mínima importância à sua mãe, mas sabe criticar a forma como o irmão toma conta da mãe, com Alzheimer, com diabetes, problemas de coração, osteoporose e uma outra quantidade de problemas de saúde, acusando-o, e citando-a: “fazes tudo à tua maneira”, “a mãe não tem Alzheimer, tu é que inventas-te tudo isso” (de salientar que ela é professora primária e o marido que também concorda com ela é enfermeiro), “claro que não visito a mãe para manter a minha sanidade mental” e outras tantas que nem vale continuar.
O que conto aqui, são pedacinhos de vários pedacinhos de quase 50 anos de vida, são desabafos de um velho, que já começou perdendo a esperança de viver, de encontrar alguém com quem dividir e compartilhar a vida, bons e maus momentos, que já começou perdendo o interesse na vida, isto é, se alguma vez eu vivi, ou apenas sobrevivi em meio a uma selva urbana e desumana como é esta em que muitos conseguem e outros tantos caiem no mais fundo dos poços.
E é esta uma pequenininha parte dos quase 50 anos de “vida” da qual jamais irei esquecer...
Quem sabe não regresse para falar um pouco mais…. e até mais detalhadamente.
 
 
Alvaro Gonçalves Correia de Lemos
 

sábado, 13 de maio de 2017

Há dias que sinto meu corpo e minha alma...

"...cansada.
Logo então... sinto uma leve suave brisa tocar-me o rosto.
Penso ser Deus, me alimentando a alma e me trazendo calma..."
 
Camila Senna

sábado, 6 de maio de 2017

...Eu sou lúcido na minha loucura,...

 
“...permanente na minha inconstância, inquieto na minha comodidade... Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz... Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais.”
 
Martha Medeiros

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Morreu...

Há poucos meses atrás correu o rumor que eu havia morrido, porquê?, não soube até à pouco, só sei agora que foi pena não ter sido verdade.
 
Álvaro Gonçalves Correia de Lemos
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